Nesta segunda-feira (4), estudantes secundaristas foram duramente reprimidos pela Polícia Militar durante protesto contra o leilão do segundo lote do programa PPP Novas Escolas, realizado na B3, no centro de São Paulo. O Consórcio SP + Escolas, liderado pela Agrimat, venceu a disputa com uma proposta de R$ 11,5 milhões mensais para construir e gerenciar 16 escolas que atenderão cerca de 17 mil alunos.
A manifestação, marcada por cartazes com frases como “educação não é mercadoria”, foi dispersa com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Participaram do leilão o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o vice-governador Felício Ramuth (PSD), e o secretário de Educação, Renato Feder. A repressão reflete o acirramento das tensões em torno do projeto, que já enfrenta questionamentos jurídicos por supostamente comprometer a gestão democrática das escolas.
Críticos do leilão apontam diversos malefícios, incluindo o risco de precarização da educação pública. Ao transferir serviços essenciais como merenda, manutenção e segurança para a iniciativa privada, há um temor de que o foco em lucro possa reduzir a qualidade e a equidade no atendimento. Além disso, a medida pode enfraquecer a autonomia das escolas e dos educadores, prejudicando o desenvolvimento de políticas pedagógicas adequadas às necessidades locais. A terceirização pode ainda aprofundar a desigualdade no acesso à educação, beneficiando empresas privadas em detrimento do interesse público.
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