Opioides
Os opioides são compostos por substâncias que interagem com receptores no sistema nervoso para aliviar a dor e são comumente utilizados no período pós-operatório para amenizar as fortes dores típicas desse momento. Como efeito colateral, essas drogas apresentam risco de dependência em casos de uso inadequado.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o consumo de opioides no Brasil é de 7,8 mg por pessoa/ano, uma das menores taxas mundiais. A quantidade ideal seria de 192,9 mg para analgesia – quase 25 vezes mais.
No Brasil, os opioides já circulam no mercado paralelo ilegal — fora das mãos de pacientes com prescrições adequadas e do ambiente hospitalar. Em 2019, uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostrou que 4,4 milhões de brasileiros já utilizaram opioides sem prescrição médica. Isso acende um alerta para que as autoridades ajam preventivamente, impedindo a popularização do uso indevido desses medicamentos e evitando um cenário semelhante ao vivenciado nos Estados Unidos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos tipos de remédios a pacientes com dores crônicas. Mais de 33,2 mil brasileiros fizeram uso de opioides para tratamento de dor crônica no ano passado, de acordo com a informação solicitada e concedida ao Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI). Cerca de 51,39% desses pacientes fazia o uso de morfina, seguido de codeína, com 28,24%.
O Brasil está entre os países com as menores taxas de prescrição de opióides do mundo. No entanto, o uso ilegal de opioides no Brasil existe e, na avaliação de especialistas, são necessárias políticas públicas para evitar crise como a dos EUA. É fundamental que as autoridades de saúde continuem monitorando o uso de opioides e implementem estratégias eficazes para prevenir o abuso desses medicamentos.
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